03/07/2011

Fim da Graça

Continua dando samba. Dessa vez, o motivo foram os amores fracassados da Graça, personagem que apareceu em mais uma das nossas músicas. A Cássia já citou Amores de Graça num post em março mas, na época, a música ainda não estava pronta. Segundo meus rascunhos, iniciei em outubro do ano passado.

Embora recorrente, os amores que não deram certo não são meu tema preferido pra compor, mas fazer Amores de Graça foi ótimo, talvez porque não seja uma canção triste. Além disso, me divertiu ficar calculando quanto cada de nós - o trio - tem em comum com a Graça. Dos mais passionais aos mais racionais, desconfio que todo mundo tenha um pouco dela.

Graça é do tipo consciente. Assume durante a canção suas fragilidades, os exageros, os arrependimentos, e toma toda pra si a responsabilidade pelos seus fracassos amorosos. Ela o faz sem demonstrar sofrimento, mas não quero dizer com isso que não haja dor. Não tenho tanto domínio assim da minha própria obra. Ainda bem, aliás.

Acho que aprendi uma lição com a Graça. Vou ter certeza no próximo fracasso.

2 comentários:

  1. Trocadilho infame do título by Cássia. Também achei ótimo ter participado um pouco do processo de criação da música, apesar de não gostar tanto assim de lembrar dos meus próprios amores fracassados.

    Gostei muito do resultado. Parabéns por mais uma música linda, amigo!

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  2. Eu não sei se posso dizer que participei, a não ser pelo amor ao Samba. Mas Graça é algo (para variar) inevitável. Arrependimentos, fracassos, dor, gargalhadas e, por último, consciência.

    Acho que Amores de Graça é uma história de vida. De qualquer vida.

    Pude estar presente em alguns dos momentos de criação e compartilhar dos amores das Graças que existem em cada um de nós (mi-mi-mi).

    Mais uma jóia do Renan. Parabéns!

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